Com o tema ‘Mulheres que fazem Cultura’, o Sempre Viva Festival reuniu na sexta, 3, na Roda Literária ‘A Construção da Autora – O percurso feminino na literatura’ e sábado, 4, na roda de conversa ‘A trajetória e a produção feminina no audiovisual tocantinense’, mulheres que atuam na literatura e no audiovisual para discutir os desafios que enfrentam em seu cotidiano no exercício de suas atividades. Os eventos aconteceram no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho.
As escritoras Lísia Daniella, Caira Lima e Denyzia Brito Janczuk, sob a mediação de Geovana Dias Lima discorreram sobre como a literatura ingressou em suas vidas, o início da carreira na área e os desafios encontrados nesse percurso. Na abertura do evento, o público apreciou a apresentação musical da cantora Helena Zica, acompanhada pela Maestrina Renate Stephanes e a pianista Aline Martins.
Para Caira, que estimulada a ler desde criança, quando morava no interior do Tocantins, a literatura foi instrumento de descoberta de outros universos, de como o mundo é cheio de possibilidades. E assim, a literatura também se tornou uma possibilidade profissional, não sem antes fazê-la descobrir que o percurso para as mulheres é um pouco mais difícil, mas também cheio de solidariedade. Foi no meio da pandemia por Covid 19, que após golpe de uma editora que uma rede de apoio formada pelas redes sociais possibilitou a impressão de seu livro, “A dor mais doída” que apresenta relatos de violência obstétrica. “Não é somente o que escrevi. É a quem dei voz, às mulheres que foram ouvidas a partir de mim” disse, ao contar que foi a partir de então que descobriu que a literatura é o seu caminho.
Um pouco antes, em 2019, a jovem advogada Lísia Daniella, 30 anos recém completados, carreira no auge e prestes a viajar de férias, sofreu um Acidente Vascular Cerebral, teve diagnóstico de que não se recuperaria, e contrariando todas as previsões, voltou a vida plena. Essa história, que transformou sua vida, também fez surgir uma escritora. ‘Como Assim AVC? é o relato dessa trajetória de recomeço da escritora a partir do AVC. O livro se tornou fonte de inspiração para outros que também passam por este desafio.
Já para Denyzia a literatura também surgiu durante a pandemia por Covid 19, como ferramenta de convivência e de cura. “A leitura é um bálsamo e foi acontecendo naturalmente. Escrever é tirar o que tá na garganta e é a cura”, afirmou a escritora dos livros ’20 Marias em um grito: Tocantins’ e ‘Deuza Real’.
Audiovisual
Já na tarde do sábado, foi a vez das mulheres que atuam no audiovisual, após a exibição da mostra ‘Mulher em cena’ participaram da roda de conversa ‘A trajetória e a produção feminina no audiovisual tocantinense’. Sob mediação da jornalista Angélica Mendonça, as cineastas Eva Pereira, Kécia Ferreira, Carolina Galgane e Luciana Pettenon falaram sobre suas trajetórias, conquistas e desafios na produção audiovisual no Tocantins e a importância na narrativa e do ponto de vista feminino.
Na Mostra, seguida do bate-papo, foram exibidos os filmes, ‘Entoadas’ de Luciana Pettenon, Mulheres da Cena, de Carolina Galgane e ID Palmas, Kécia Ferreira. Em comum, os documentários apresentam os problemas e soluções na produçãoa artística em Palmas, especificamente no audiovisual.
“Me senti honrada com essa iniciativa da Fundação Cultural de Palmas, que deveria se tornar mais comum. A gente gosta de ganhar flores, bombons, mas a gente gosta mesmo é de ser respeitada, valorizada”, ressaltou a jornalista Angélica Mendonça sobre a programação do Sempre Viva Festival.
No domingo, ainda na programação do Sempre Viva Festival, o público pode conferir o filme nacional Desapega! do diretor Hsu Chien, às 16h10. Estrelado por Maisa, Glória Pires e Marcos Pasquim.
Público apreciou a apresentação musical da cantor Helena Zica, acompanhada pela Maestrina Renate Stephanes e a pianista Aline Martins