Capacitação foi baseada na interculturalidade, multilinguismo, a diferenciação e participação comunitária
Élvio Marques/Governo do Tocantins
Com foco na educação intercultural, bilíngue e multilíngue, 106 professores de escolas indígenas das etnias Javaé e Karajá-Xambioá, que junto com os Karajá formam o povo Iny, participaram de Formação Continuada. O evento realizado pela Educação estadual, em Gurupi, iniciou segunda-feira, 22, e encerrou nesta sexta-feira, 26.
Durante os cinco dias de evento, a formação contou com aulas, palestras e rodas de conversas, baseadas nos quatro pilares básicos da educação indígena, sendo elas interculturalidade, o bilinguismo ou multilinguismo, a especificidade, a diferenciação e a participação comunitária, que consideram a diversidade cultural no processo de ensino e aprendizagem.
O secretário executivo, Edinho Fernandes, presente no encerramento da formação, reforçou que há um nítido compromisso com toda a educação, inclusive na melhoria das escolas indígenas. “Não seria diferente com a educação indígena, que é específica e de extrema importância, inclusive para a valorização da cultura do nosso Estado. São vocês, professores, que representam o que há de mais valioso para a educação, o ato de ensinar com qualidade e de transformar a realidade das pessoas. Obrigado por este compromisso”, disse.
O diretor regional de Educação de Gurupi, Antônio Pakalolo, confirmou que a educação indígena vem sendo beneficiada com momentos como este. “Com professores capacitados teremos escolas mais preparadas para o processo de ensino e alunos com resultados elevados e positivos”, pontuou.
“Há muitos anos esperávamos capacitações como esta, específica para educação indígena. Tivemos momentos riquíssimos nestes cinco dias. Estamos voltando confiantes e repletos de conhecimento para colocar em prática com nossos estudantes”, afirmou a professora indígena Arias Myxiwari Javaé, da Escola Estadual Watakuri, município de Formoso do Araguaia.
Educação Indígena
Atualmente no Tocantins, a educação indígena conta com 95 escolas e 23 extensões, tendo 8.056 estudantes indígenas e 549 professores, destes, 334 são pertencentes aos povos originários, distribuídos em seis Diretorias Regionais de Educação com unidades escolares indígenas em Araguaína, Tocantinópolis, Pedro Afonso, Gurupi, Miracema e Paraíso do Tocantins.
No Tocantins há nove etnias: Karajá, Xambioá, Javaé (que formam o povo Iny) e ainda os Xerente, Apinajé, Krahô, Krahô-Kanela, Avá-Canoeiro (Cara Preta) e Pankararu, totalizando cerca de 14 mil indígenas no Estado.
